O Escore de Condição Corporal é super importante quando se fala em nutrição de bovinos de leite. Precisamos pensar em fornecer a melhor combinação de ingredientes possíveis, que atenderá a demanda de mantença, crescimento, produção, reprodução e reserva de gordura dos animais. Algumas ferramentas nos auxiliam a avaliar como está a dieta fornecida, como, por exemplo, a produção de leite, o consumo da matéria seca da dieta dos animais, entre outros, mas o Escore de Condição Corporal (ECC) nos permite, de maneira simples e rápida, avaliar alguns níveis da dieta, como energia da dieta e se os animais estão sendo bem alimentados, ou se falta matéria seca na dieta, que depois pode rá ser confirmada pela avaliação da quantidade de comida ofertada, sua qualidade e se há sobra exagerada ou falta de comida nos cochos.
Escala de medida do Escore de Condição Corporal
A escala de medida comumente usada de ECC já é bem antiga, foi proposta por Wildman et al. (1982) e Edmonson et al. (1989), variando em intervalos de 0,25 ponto, com limite mínimo de 1 (vaca extremamente magra) e máximo de 5 (vaca extremamente obesa).
Como mostrado na figura abaixo:
Geralmente ao longo da etapa da vida do animal o ECC pode ir variando, no entanto devemos estar buscando sempre o mais próximo do ideal, que pode sofrer alterações.
Um momento crucial de olharmos para escore é no período seco e no parto dos animais. Precisamos de um escore de condição corporal ideal ao parto, que pode varia de 3 – 3,5.
Vacas que ao parir, possuem baixo escore corporal, podem estar sujeitas a desordens metabólicas, além de uma baixa eficiência reprodutiva, ou seja, vão demorar a dar cio novamente, além do principal, produzirão menos leite em sua lactação.
Por outro lado, vacas que parem muito gordas, estão ainda mais propensas a sofrer com algum distúrbio, principalmente pelo excesso de gordura, esses animais facilmente apresentam casos de parto distócico, retenção de placenta, cetose e esteatose hepática (fígado gorduroso).
Portanto, já sabemos que trabalhar o ECC para os animais chegarem bem ao parto é de extrema importância, esse trabalho deve ser feito com observação e ajustes da dieta ainda na lactação e no período seco. Os animais já devem sair da lactação ao secar o mais próximo do ideal possível, pois grandes mudanças de escore no período seco impactam negativamente. Vacas que perdem escore, emagrecem quando secam, produzem menos leite em sua lactação, isso já foi comprovado por Chebel et al. (2018), que realizou um estudo com mais 9 mil vacas em diversas fazendas leiteiras dos Estados Unidos.
É muito importante trabalhar ECC, principalmente nos momentos estratégicos e críticos da vaca-leiteira, sendo o início da lactação, final da lactação e secagem. É importante que a vaca no momento da secagem esteja num escore adequado, pois fazer a vaca perder ou ganhar grande quantidade de peso durante o período seco, incluso o pré-parto, não é saudável.
Outro fator importante, é poder utilizar o Escore de condição corporal, para avaliar os lotes, alterando as vacas de lote, evitando fornecer dieta altamente concentrada para vacas de menor produção do que a média do seu lote.
O ECC é uma excelente ferramenta para utilizarmos na propriedade, de baixíssimo custo e de alta eficiência. Deve ser feita por pessoa treinada e devemos sempre utilizar o mesmo profissional para poder comparar as avaliações, pois como é uma análise subjetiva, podem ocorrer pequenas alterações entre pessoas diferentes, na avaliação.
Use essa excelente ferramenta que é o ECC, para obter melhores resultados.
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