A pecuária leiteira na atualidade vem passando por um melhoramento genético constante, inclusive na criação de bezerras, produzindo animais com cada vez mais potencial produtivo. Esse melhoramento vem acontecendo em diversos produtores, do pequeno ao grande produtor de leite.
O melhoramento genético é uma excelente ferramenta que auxilia o produtor a obter melhores índices de produção e outras caraterísticas desejáveis, conforme o direcionamento dos técnicos especializados, mas para atingirem todo esse potencial que a genética permite, os cuidados começam desde o pré-parto da mãe, ao cuidado da recém nascida bezerra, com manejo adequado e uma nutrição específica para cada fase, ou seja, uma bezerra com grande potencial genético tem que ser manejada e alimentada da melhor forma possível desde o seu nascimento.
Quando pensamos em criação de bezerras de leite, a primeira coisa que devemos ter em mente é: COLOSTRAGEM.
O fornecimento de colostro no tempo certo e com uma boa qualidade é de fundamental importância para a vida produtiva da futura vaca de sua propriedade. É o colostro que irá fornecer anticorpos nas primeiras semanas de vida do animal até que ele comece a produzir seus próprios anticorpos.
Desde 2008, com um trabalho publicado por Godden et al., temos a recomendação de fornecimento do colostro pelo menos nas primeiras 6 horas de vida do animal com a quantidade de 10% do peso ao nascimento, ou seja, 4 litros de colostro para uma bezerra de 40kg.
Com algumas atualizações de pesquisa, Lombard e seus colaboradores trabalharam com dados do USDA e nos mostraram o benefício de fornecer pelo menos duas doses de colostro para as bezerras, 10% do peso ao nascimento nas primeiras 2 horas de vida e mais 5% em 6 a 8 horas após nascer, estratégia essa que melhora a absorção de IGg pelos animais.
Se pensarmos em um produtor que não tem banco de colostro (colostro de qualidade congelado e de fácil acesso) devemos focar nas primeiras duas horas e não deixar de fornecer os 10% do peso vivo nesse intervalo.
Ainda pensando em animais recém-nascidos, um manejo que deve ser tratado, também como prioridade, é a cura do umbigo com tintura de iodo à 10% de preferência, com álcool que ajudará na secagem. Um umbigo que não é bem curado, torna-se portas de entrada de doenças aos animais.
Alguns exemplos são:
- patologia articular,
- meningite,
- uveíte,
- abscessos hepáticos
- endocardite.
No que se diz respeito à nutrição de bezerras, devemos focar em fornecer aquilo de há de melhor para o futuro de nossa propriedade. Depois de uma colostragem bem-feita, umbigo curado, vamos focar no fornecimento de leite e consumo de concentrado.
Após a colostragem se possível, devemos fornecer leite de transição para esses animais até, no mínimo, a 6ª refeição, para um desempenho melhor desses animais.
Após, fornecer uma quantidade de 6 – 8 litros de leite por dia, divididos pelo menos em duas refeições.
A ração deve ser ofertada desde o primeiro dia de vida.
A ração atua no desenvolvimento ruminal, tornando a bezerra ruminante mais rápido. Devemos fornecer uma ração de qualidade para nossas futuras vacas desde seu primeiro dia, por mais que o consumo ainda não seja grande, já devemos ir estimulando.
Após 60 dias, já podemos ir acrescentando um volumoso de qualidade, de preferência feno, no entanto, podemos traçar estratégias diferentes para cada realidade encontrada. Volumosos ensilados só a partir dos 4 meses.
As bezerras respondendo em consumo de ração, podemos ir diminuindo a quantidade de leite.
A bezerra só deve ser desmamada, quando consumir pelo menos 1,2 kg de ração por dia para raças pequenas e 1,5 kg de ração por dia para raças grandes, em três dias consecutivos.
Ponto muito importante, água fresca e limpa 24 horas, disponível para os animais é fundamental.
Por mais que a criação de bezerras, num primeiro momento, seja investimento futuro, não podemos negligenciar essa fase tão importante, que vai determinar como será a saúde e a produção das nossas futuras vacas.
Genética, manejo, nutrição e gerenciamento são as bases para o sucesso da atividade leiteira.
Gostou do conteúdo? Quer saber mais sobre esse e outros assuntos da pecuária leiteira e de corte?
Continue acompanhando nosso blog e nos siga nas redes sociais.