Pós-parto de vacas leiteiras: Manejo, doenças e prevenção

Pós-parto de vacas leiteiras: Manejo, doenças e prevenção

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No pós-parto de vacas leiteiras é importante saber o máximo de informações possíveis para que o período seja o mais tranquilo possível.

O sistema de produção de leite conta com um período extremamente importante no que se diz respeito à saúde dos animais e a sua produção leiteira durante a lactação, que é o período de transição. Esse período está compreendido entre as 3 semanas que antecedem o parto previsto, ou seja, período pré-parto, até as 3 semanas pós-parto. Neste período, as vacas estão com mais propensas a doenças infecciosas, já que seu sistema imunológico prioriza a produção de anticorpos para o colostro e as mudanças metabólicas e fisiológicas, tornam as vacas mais suscetíveis a doenças e problemas metabólicos, caso a nutrição e o manejo pré e pós-parto não sejam os mais adequados. 

O período de transição causa alterações metabólicas e fisiológicas nas vacas que levam a uma redução no consumo de matéria seca, no final do período pré-parto e no pós-parto imediato. Devido ao aumento da exigência nutricional no pós-parto pela produção de leite, este processo leva a um balanço energético negativo (BEM), no qual o consumo dos animais é insuficiente para atender as necessidades diárias de proteínas, energia e demais nutrientes, ocorrendo mobilização de gordura e consequente perda de escore corporal. 

Sabendo dessa série de desafios enfrentados pelos animais, doenças nesse período, principalmente pós-parto, são reincidentes nas principais propriedades leiteiras do mundo. 

Saiba quais são as 4 principais doenças no período pós-parto de vacas leiteiras e como prevenir:

Hipocalcemia:

A hipocalcemia, também denominada de febre do leite, atinge os animais no pós-parto imediato sendo causada por um baixo nível de cálcio circulante no sangue. Se apresenta na forma subclínica e clínica (vacas se deitam e só se levantam após aplicação de cálcio, o não tratamento leva a vaca a morte).

  • Prevenção: no período de vaca seca, utilizar minerais de alta qualidade com um bom balanceamento de macro e microminerais, principalmente os macros minerais, tais como cálcio, fósforo e magnésio. Deve-se evitar o excesso de potássio. O aporte de vitaminas é muito importante, sendo a vitamina D, a principal para evitar hipocalcemia. No pré-parto utilizar uma dieta adequada e própria para esse período, com níveis adequados de minerais e vitaminas. Evitar volumosos ricos em potássio. Cortar o sal mineral e qualquer outro tipo de sal nos 21 dias que antecedem o parto, rações pré-parto de qualidade, possuem tudo que a vaca necessita nesse período. Dietas aniônicas em vacas não primíparas, tem grande utilidade.

Retenção de Placenta:

Doença altamente relacionada com a imunidade do animal, mas possuem também causas infecciosas, nutricionais e causas relacionada ao estresse. A carência da associação de selênio e vitamina E, é uma das causas nutricionais.

  • Prevenção: utilizar uma nutrição adequada no período da vaca seca e no pré-parto. No pré-parto, utilize rações com altos níveis de vitaminas e com aditivos que auxiliam na melhora do sistema imunológico. Sombreamento, água de qualidade e fornecer alimento sempre fresco e um ambiente limpo e confortável. Siga o calendário das vacinas reprodutivas conforme orientação do médico veterinário. 

Cetose:

Acúmulo excessivo de gordura no fígado dos animais no pós-parto. Isso ocorre devido ao balanço energético negativo, que faz com que as vacas mobilizem a gordura corporal que será transformada em energia (glicose) no fígado. As vacas que parem com escore corporal alto, ou seja, gordas, não conseguem aproveitar a gordura na mesma velocidade da necessidade do organismo, acumulando gordura no fígado e levando a um excesso de corpos cetônicos, que também são utilizados como energia pela vaca, o que não a vaca não consegue utilizar se acumula no organismo, levando a sintomas nervosos. 

  • Prevenção: ter como meta que as vacas devem secar com escore em torno de 3 e parir com escore entre 3,25 e 3,5. Utilizar colina protegida no pré-parto e pós-parto imediato auxilia na prevenção da cetose. Rações no pré-parto que forneçam 300 mg de monensina, também são uma excelente ferramenta 

Deslocamento de Abomaso: 

Como o nome sugere, ocorre quando o abomaso é deslocado de sua posição original e sofre uma torção para o lado esquerdo (em torno de 90% dos casos) ou direito. Doença altamente relacionada com nutrição inadequada no pré-parto. O tratamento é cirúrgico.

  • Prevenção: a hipocalcemia e a cetose favorecem o aparecimento do deslocamento de abomaso, por reduzirem o consumo de matéria seca, permitindo um acúmulo de gás no rúmen e no abomaso, que leva ao deslocamento. Fornecer fibra efetiva no pré e pós-parto, tem grande importância na prevenção. Utilizar a prevenção da hipocalcemia e da cetose, para evitar o surgimento de caso de deslocamento do abomaso.

Concluímos, portanto, que o período de transição traz grandes desafios, os quais uma nutrição adequada para a fase em que a vaca se encontra, um bom acompanhamento do escore corporal, além de um manejo adequado, com conforto para os animais, visando reduzir as enfermidades surgidas durante o período de transição, obtendo assim, melhores resultados na produção de leite, na reprodução e maiores ganhos econômicos.

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