Com o consumo de matéria seca para vacas leiteiras no contexto atual da produção de leite no Brasil e com a constante evolução genética que acontece em diversas propriedades rurais, principalmente pelo uso de biotecnologias, como a inseminação artificial e FIV (fertilização em vitro), o nível de produção do rebanho nacional tem aumentado, portanto, a necessidade de uma nutrição especializada e de precisão, se faz necessária, para que as vacas leiteiras, expressem todo seu potencial genético em produção.
Alimentação de vacas leiteiras
Na alimentação de vacas leiteiras, é necessário que o ajuste de dietas tenha por objetivo, atender as demandas nutricionais dos animais a fim de se produzir com mais eficiência, e se baseia, principalmente, no consumo de matéria seca do alimento fornecido. A dieta formulada em um computador difere da fornecida no cocho e diferente da que a vaca realmente come, o nutricionista deve estar atento nessa possível alteração de consumo, que deve ser monitorado para podermos saber, se o que foi ofertado no cocho, é o que realmente está sendo consumido.
Ajuste de dietas no consumo de matéria seca para vacas leiteiras
No contexto de ajuste de dietas, fica-se claro a importância de se monitorar o consumo das vacas, principalmente os animais de confinamento, a fim de se chegar a conclusão da diferença entre a dieta formulada para a consumida. Além de monitorar, o ponto principal se pensando em consumo é ESTIMULAR a ingestão de matéria seca, visando altas produções e manutenção de um escore corporal adequado para cada fase da lactação.
No confinamento, estratégias devem ser adotadas para que o consumo de matéria seca por animal seja o mais eficiente possível, trabalhar nos horários de pico de consumo para o animal, o qual é após a ordenha, ou seja, vacas que acabam de sair da ordenha devem ter disponibilidade de comida fresca à sua frente. O manejo de empurrar o trato deve ser feito o máximo possível, contando com mão de obra disponível para tal função. Garantir uma boa mistura da dieta, a fim de se evitar a seleção de algum alimento, reduzindo assim, a eficiência desse consumo.
Pensando na produção de leite a pasto, a estimativa de consumo se dificulta, contudo, ainda trabalhamos com predições de consumo e devemos nos atentar, sim, ao estímulo de consumo.
Manejo de forrageiras
No pasto, antes de pensar nos animais, deve-se pensar no manejo de forrageiras, a qual deve ser tratada como uma lavoura para o produtor, é dali que vem a principal fonte de alimento para seus animais.
3 Principais práticas para um consumo mais eficiente:
- Níveis corretos de adubação;
- Trabalhar com altura de entrada e saída corretas no pastejo rotacionado;
- Ajustar a taxa de lotação no contínuo.
Essas são práticas que garantem não só um consumo mais eficiente como um pasto com teores nutricionais mais elevados para os animais de seu rebanho.
Em relação ao estímulo de consumo do pasto, o foco se dá, também, no pico de consumo dos animais pós-ordenha, no caso do pasto não só pós-ordenha como também focar nos horários mais frescos do dia. Mercês et al., 2012 fizeram um estudo comparando animais que foram ordenhados 5:30 e 8:30 da manhã e posteriormente soltos em pasto de Brachiaria decumbens. Nos resultados encontrados, animais que pastejaram mais cedo, em um horário mais fresco do dia, aumentou o número de bocados por minutos em uma avaliação comportamental, o que nos mostra que a eficiência de pastejo tende a ser maior em horários mais frescos do dia e isso deve ser trabalhado dentro de cada propriedade.
Em resumo, a nutrição é ponto crucial para a eficiência numa propriedade de leite, e o consumo de matéria seca é um ponto fundamental que deve ser monitorado e, principalmente, estimulado, para ganhos melhores em produção e consequentemente retorno financeiro ao produtor.
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