A mastite (inflamação da glândula mamária) é considerada, segundo especialistas, a doença que mais ocasiona prejuízos para a produção leiteira no mundo todo. Estima-se que a redução da produção de leite responda por 70% de todos os custos da mastite, que vão desde os custos com medicamentos, descarte de leite, efeitos negativos sobre a reprodução e qualidade do leite, descarte de animais, entre outros. Além de afetar os casos clínicos, as perdas também estão relacionadas aos casos de mastite subclínica. Não apenas perdas de produção, a alta CCS (Contagem de Células Somáticas) altera a composição do leite – menor teor de caseína, lactose e gordura em relação às vacas sadias.
A mastite subclínica também afeta negativamente a reprodução, aumentando o intervalo entre partos, o número de serviços, os dias em aberto, o intervalo entre estros, bem como o número de abortamentos.
Desta forma, saber como controlar a mastite é essencial para garantir não só a sanidade do rebanho, como também a eficiência do sistema produtivo. Um primeiro ponto a considerar é que a interação entre os microorganismos, as vacas e o ambiente, somada à ação do homem e possíveis erros de manejo, criam condições favoráveis à contaminação da glândula mamária e o desenvolvimento das mastites. Outro fato a ser abordado são os avanços da zootecnia e melhoramento genético nas últimas décadas, que levaram os criadores a selecionar vacas cada vez mais produtivas, com grandes áreas de úbere e alta capacidade de produção de leite, com fins comerciais.
Estes avanços necessitam ser acompanhados pela melhoria do sistema de sustentação da glândula mamária (ligamentos), uma melhor capacidade de ingestão de alimentos (maior consumo) e dos sistemas de proteção do úbere, tudo isso somado a um plano nutricional que dê suporte à produção de leite (quantidade e qualidade da dieta). Especialistas afirmam que dependendo da Contagem de Células Somáticas (CCS), podem haver perdas de até 25%. Por exemplo, se a CCS estiver entre 200 e 500mil células podem perder 8% do seu potencial de produção leiteiro, ou seja, para cada 1000 litros deixa de produzir 80 litros em decorrência das mastites (Philpot e Nickerson, 1991). A decisão do momento de tratar é uma questão importante. Busque orientação técnica de um veterinário e estabeleça programas de higiene e prevenção. Tratar as vacas no momento da secagem é um método preventivo importante, pois atua antes que o quadro seja mais severo. A vaca no período seco irá recuperar sua glândula mamária para a próxima lactação e eliminar os casos de mastite subclínica presentes no rebanho.